Geladeira Literária leva livros para as ruas de Venda Nova
A iniciativa é da Alaveni, que transformou geladeiras antigas em bibliotecas livres e convida a comunidade a ler, trocar e doar livros
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Imagine abrir uma geladeira e, em vez de alimentos, encontrar um universo de histórias, conhecimento e cultura. Essa é a proposta da Geladeira Literária, um projeto da Academia de Letras e Artes de Venda Nova do Imigrante- Alaveni, que transformou antigos eletrodomésticos em bibliotecas livres pelas ruas da cidade.
A iniciativa, que se espalhou pela cidade em janeiro deste ano, já conta com três pontos de acesso ao conhecimento: na Vila Betânea, ao lado da Farmácia Inova; na Esplanada, próximo às Lojas Paris; e na Vila da Mata, próxima à Padaria The Brothers. Os comerciantes autorizaram a instalação em frente a seus comércios e ainda ajudam a cuidar das geladeiras.
Qualquer pessoa pode pegar um livro emprestado e também doar. São diversos títulos disponíveis – de romances a poesias, passando por literatura infantil e clássicos da literatura nacional e internacional.
Além de democratizar o acesso à leitura, o projeto também tem um olhar sustentável. Geladeiras que seriam descartadas foram revitalizadas e ganharam nova vida como guardiãs do saber. Irene Péterle, presidente da Alaveni, disse que a Academia conseguiu as "carcaças" das geladeiras em bom estado de conservação com Adriano Falchetto, da refrigeração Falchetto, em Lavrinhas.
Para dar personalidade às geladeiras literárias, os membros da Alaveni deixaram a criatividade fluir, customizando-as sem planejamento. “Na verdade, pegamos tinta e pincel e fomos trabalhando a arte. Izabel Uliana Bastos, Ana Eliete (que é pintoras de telas), Tereza Falchetto, eu e minha filha Adriana nos encarregamos de fazer as pinturas”, relata Irene, que abrigou em suas casas as geladeiras transportadas de Lavrinhas.
A Geladeira Literária já conquistou a adesão da comunidade e conta com o apoio de doações de moradores, acadêmicos e feiras literárias. Quem tiver interesse em doar é só procurar um dos pontos e deixar aos poucos seus exemplares. Para ler é só escolher o livro e devolver quando terminar.
Para Irene, essa ação reforça o poder transformador dos livros. “Os livros unem pessoas, despertam emoções e ampliam horizontes. Queremos que mais leitores se sintam convidados a embarcar nessa jornada”.